domingo, 27 de maio de 2012

A comunidade animada pelo Espírito

    As comemorações da solenidade de Pentecostes em nossa comunidade começaram no sábado quando nos reunimos a noite na matriz de Messejana para a celebração da vigília juntamente com as outras comunidades de nossa paróquia. Foi um momento de muita oração e espiritualidade, onde juntos aguardando a chegada do Espírito, fizemos o nosso lucernário, acendemos a menorá, cantamos e louvamos, escutamos a Palavra e partilhamos o Pão e Vinho eucaristizados.
    Hoje, domingo, nossa comunidade reunida ao redor do altar e da mesa da Palavra, numa celebração presidida por padre Daniel, nosso pároco, encerramos o tempo da páscoa com a festa do Divino. A igreja lotada, todos participando ativa, plena e conscientemente. É maravilhoso ver o povo, animado pelo Espírito do Ressuscitado, celebrar o mistério pascal de Cristo em sua vida!
"Que o Espírito Santo, dom de Deus" ilumine nossa comunidade ao longo de sua jornada rumo ao Reino que para todos preparastes.

terça-feira, 22 de maio de 2012

A novena de Pentecostes

    "Depois que o Senhor Jesus subiu aos céus, os discípulos voltaram à cidade. Chegados em casa, subiram à sala e, junto com Maria, mãe de Jesus, e algumas mulheres, ficaram reunidos em oração, esperando o Espírito Santo que o Senhor lhes prometera" (cf. At 1, 12-14).
    Em 1895, o papa Leão XIII encorajou as comunidades de diferentes confissões a se reunirem durante uma semana especial do ano para orar pela unidade das igrejas. No hemisfério sul, esta semana coincide com a novena de Pentecostes, na qual invocamos especialmente a vinda do Espírito. Assim, as igrejas prolongam a memória daquela primeira oração da comunidade apostólica à espera do Espírito, por meio de uma novena ou da semana de oração pela unidade.
     As igrejas sabem que a unidade querida por Jesus é dom de Deus e não obra humana. Ele já nos deu esse dom, unindo todos num só corpo. "Há uma só fé, um só Deus, um só batismo..." (cf. Ef 4,4). Entretanto esta unidade fundamental e divina não se visibilizou ainda.
     A semana de orações nos coloca no desejo e na oração de Jesus pela unidade do seu corpo. Ele quer que a sua igreja seja um sinal de paz e unidade para a humanidade dividida. Esta semana nos convida a intensificar a oração pela paz no mundo, unindo nossa voz ao clamor de todas as crenças e da própria natureza, que sofre dores de parto à espera de sua libertação.
     Como os primeiros discípulos e discípulas esperaram a vinda do Espírito orando os salmos, relendo as profecias e lembrando tudo o que Jesus ensinou, também para nós é importante que esta novena seja profundamente bíblica e centrada na escuta da Palavra de Deus.


Texto de M. Barros e P. Carpanedo, no livro tempo para amar, Paulus, pp 78/79, coleção liturgia e teologia.

domingo, 20 de maio de 2012

Missão e Oração

   Atendendo ao pedido de Jesus que nos manda ir pelo mundo e pregar o evangelho a toda criatura, a nossa comunidade enviou dezesseis missionários a visita pastoral que aconteceu na Maraponga. Foi um momento de muita doação e serviço e, é claro, de crescimento. Somado a isso, temos também no final deste mês a coroação de nossa Senhora, que será orientada pela equipe de catequistas e apresentada pelos nossos catequisandos no dia 31 de maio.
   Que Maria, mãe de Deus e nossa, nos guie ao longo desses dias que ainda estaremos rezando o terço, partilhando a Palavra e a vida de casa em casa.
    Deus esteja conosco!

sábado, 12 de maio de 2012

O Método Mistagógico

    Há muita gente que vai a missa, assiste a batizados, casamentos e velórios... mas aprendeu a passar da materialidade dos ritos para o seu sentido simbólico, seu "mistério", para a realidade que se esconde nos ritos. Quando vemos uma pessoa sendo batizada, vemos que está sendo mergulhada na água por três vezes (ou por três vezes se derrama água sobre sua cabeça). O que esse gesto significa? Qual é o "mistério" que esse gesto expressa e realiza? Ou seja, o que acontece, em profundidade, com a pessoa que é batizada?
    São Paulo diz: pelo batismo somos sepultados com Cristo em sua morte, para ressurgir com ele para uma vida nova. Aparentemente para quem "olha de fora" ( para quem está "por fora"), a pessoa está simplesmente "tomando um banho"; na realidade do rito realizado na fé da igreja, essa pessoa está sendo "mergulhada" no mistério da páscoa de Jesus, para sempre, para viver todos os momentos e acontecimentos de sua vida como uma passagem da morte para a vida, como uma páscoa permanente, unida a páscoa de Jesus, graças a ação transformadora do Espírito Santo de Deus.
    Existe um método para nos ajudar a passar do "sinal sensível" ao "mistério do rito". É o método mistagógico, usado pelos "Pais da igreja" (também chamados de "Santos Padres") em suas catequeses mistagógicas. Nas homilias durante a semana depois da páscoa, aprofundavam o sentido daquilo que tinha acontecido com a pessoas iniciadas durante a vigília pascal (pelos sacramentos do batismo/crisma/eucaristia) para que, assim, mergulhassem mais profundamente no mistério celebrado.
    Podemos apontar os elementos principais neste caminho mistagógico;
1. Recorda-se a celebração litúrgica vivida: a assembléia reunida, a palavra ouvida, os gestos rituais, as orações, os cantos...; por exemplo: "Vocês foram conduzidos pela mão até a piscina sagrada do divino batismo(...), cada um de vocês foi perguntado se acreditava no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Professaram a fé da salvação e por três vezes foram imersos na água e outras tantas dela emergiram...".
2. A salvação celebrada no rito é explicitada através de textos bíblicos e aprofundada teologicamente; por exemplo, no caso do batismo, poderíamos partir de Rm 3, 6-11, já citado acima, e aprofundar o mistério pascal de Cristo, ao qual somos associados por esse sacramento.
3. Retorna-se ao rito, mostrando como por ele se realiza, em nós, toda essa riqueza bíblica, teológica, espiritual; por exemplo: "...por três vezes vocês foram imersos na água e outras tantas dela emergiram, significando desse modo, em símbolo, os três dias da sepultura de Cristo (...) Num mesmo instante vocês morreram e nasceram e aquela água de salvação tornou-se para vocês ao mesmo tempo sepulcro e mãe [útero materno]".
    Não se trata de descrever ou analisar a ação ritual, e muito menos o mistério celebrado, como se fosse um objeto fora de nós! É preciso levar a intuir a profundidade daquilo que Deus realizou em nós, em mim pessoalmente, e os laços que nos unem a ele e nele. É preciso levar a descobrir , agradecidos/as, que participamos da história de todo um povo, de toda a humanidade, e que o próprio Deus está inserido nessa história, principalmente pela vida, morte e ressurreição de Jesus, o Cristo. A celebração expressa aquilo que somos chamados a viver a todo momento: nossa ligação vital com Jesus Cristo no Espírito Santo; nosso caminho comunitário e pascal, nossa missão na sociedade.

Texto de Ione Buyst
Revista de liturgia, setembro/outubro, 2007, p19.

domingo, 6 de maio de 2012

Os cinco sentidos na liturgia

    Não se trata de um convite "a aplicar os cinco sentidos", com atenção e esmero, na liturgia. Mas a celebrar uma liturgia na qual os cinco sentidos tenham sua função.
    Normalmente, temos especial cuidado com relação ao ouvido: a proclamação da Palavra, o canto, os silêncios, as orações. O elemento auditivo tem muita importância e, principalmente depois da reforma, desde que assim o consideremos em nossa atuação.
    Todavia, teríamos de dar igual tratamento ao visual de nossa celebração, à estética do lugar, a expressividade de posturas e gestos, à pedagogia dos objetos, imagens e cores... Também o que diz respeito ao tato tem seu papel na liturgia: o contato com a água bastismal, a unção, o receber a comunhão na mão ou na boca, o impor as mão sobre o que abençoa ou se consagra, o abraçar-se ou dar-se a mão no gesto da paz... O olfato tem tido tradicionalmente seu valor pedagógico na ambientação da liturgia: o perfume do incenso, o aroma agradável do crisma ou dos óleos que se empregam nas várias funções, assim como o das flores que se adorna o altar ou o lugar da celebração. E finalmente o gosto tem seu destaque precisamente no sacramento central: Cristo quis dar-se a nós como pão para ser comido e vinho para ser bebido.
    Em nossa ação litúrgica, entra, pois, em cheio, a corporeidade, e não apenas as palavras e idéias. Os sinais externos não constituem naturalmente, o principal: mas também não podem ser descuidados. O concílio definiu a liturgia como "o exercício do sacerdócio de Jesus Cristo": aí está a chave fundamental e profunda. Porém, em seguida, acrescentou que nessa liturgia "os sinais sensíveis significam e realizam" exatamente o mesmo que o sacerdócio de Cristo quer atualizar a cada vez: a santificação do homem e a glorificação de Deus (SC 7).

       
Texto extraído do livro gestos e símbolos, José Aldazábal, edições loyola, pp 23 e 24.